O que é pensão alimentícia?

 

A pensão alimentícia é uma obrigação legal que garante apoio financeiro a quem não consegue se sustentar sozinho. Em geral, isso acontece quando o beneficiário é menor de idade, está estudando ou enfrenta uma situação de vulnerabilidade.

Apesar do nome, ela não se limita à alimentação. O valor pode cobrir moradia, saúde, transporte, educação, lazer, vestuário e outras despesas essenciais para manter a dignidade de quem recebe.

Além disso, o cálculo leva em conta o binômio necessidade x possibilidade:

  • O beneficiário comprova que precisa do auxílio.

  • O responsável demonstra que pode contribuir sem comprometer a própria subsistência.


Quem pode pedir pensão alimentícia?

Embora muitos associem o benefício apenas a filhos menores, a lei brasileira contempla outras situações:

1. Filhos menores de 18 anos

Este é o cenário mais comum. Um dos pais, ou outro responsável legal, solicita o pagamento ao outro para garantir o sustento do filho. Essa obrigação existe independentemente da guarda e até mesmo quando não há contato frequente.

2. Filhos maiores de 18 anos

Ao atingir a maioridade, a pensão não termina automaticamente. Ela pode continuar quando o filho cursa ensino superior, não tem renda própria ou possui deficiência ou doença que impeça o trabalho.
Além disso, decisões judiciais costumam autorizar o pagamento até os 24 anos ou mais, desde que exista justificativa.

3. Ex-cônjuges ou ex-companheiros

Alguns casos permitem que um ex-parceiro receba pensão. Para isso, é preciso comprovar dependência financeira durante a relação e falta de meios para sustento imediato.
Normalmente, o pagamento é temporário, até que a pessoa alcance estabilidade financeira. Entretanto, doenças graves ou idade avançada podem justificar pensão vitalícia.

4. Pais idosos

A lei estabelece que filhos auxiliem financeiramente pais em situação de necessidade. Essa obrigação é recíproca e se estende a outros ascendentes, cabendo ao parente mais próximo em grau cumprir o dever.


Até quando a pensão deve ser paga?

O prazo varia de acordo com a situação:

  • Para filhos:

    • Regra geral: até os 18 anos.

    • Pode se estender até os 24 anos (ou mais) em caso de estudo ou necessidade comprovada.

    • Em deficiência permanente, pode ser vitalícia.

  • Para ex-cônjuges:

    • Em geral, é temporária, até a recolocação no mercado ou estabilidade financeira.

    • Pode durar meses ou anos, dependendo da decisão judicial.

    • Casos excepcionais, como doenças graves, podem torná-la vitalícia.

  • Para pais:

    • Enquanto houver necessidade do idoso e possibilidade de contribuição pelo filho.

Importante: a maioridade não encerra sozinha a pensão. É necessário entrar com ação de exoneração e obter decisão judicial.


Consequências do não pagamento

O atraso ou a falta de pagamento pode gerar sérias consequências. Além da cobrança judicial, a lei permite prisão civil do devedor, o que demonstra a importância da obrigação.

As penalidades incluem:

  • Protesto do nome;

  • Bloqueio de contas e bens;

  • Desconto em folha de pagamento.

Por isso, quem enfrenta dificuldade deve pedir revisão judicial do valor, evitando suspender os pagamentos por conta própria.


É possível pedir pensão sem casamento formal?

Sim. O direito à pensão não depende de casamento ou união estável registrada. Basta comprovar vínculo de filiação para que o dependente tenha direito ao benefício.


Como solicitar pensão alimentícia?

O pedido pode ocorrer de três formas:

  1. Ação judicial, com ou sem advogado, dependendo da renda;

  2. Defensoria Pública, para quem não pode pagar advogado;

  3. Acordo extrajudicial, homologado judicialmente ou registrado em cartório.

Além disso, é essencial apresentar documentos que comprovem a necessidade do beneficiário e a capacidade financeira do responsável.


Conclusão

A pensão alimentícia garante equilíbrio e dignidade nas relações familiares. Saber quem tem direito, até quando deve ser paga e quais são as consequências do não pagamento ajuda a prevenir conflitos e a proteger direitos.

Portanto, diante de dúvidas ou dificuldades, procure orientação jurídica. Dessa forma, você age conforme a lei e evita prejuízos para todas as partes.

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